Processos e indicadores auxiliam indústrias de sementes na seleção, retenção e desenvolvimento de talentos; setor é guardião da cultura organizacional, alerta especialista
“100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios”. Você concorda com esse pensamento? Se a resposta for “não”, precisamos falar sobre RH Estratégico. E se a resposta for “sim”, também!
A provocação de Simon Sinek, autor de best-sellers sobre carreira e liderança, guia reflexões preciosas ao desenvolvimento de pessoas e organizações durante a programação da Academia ABRASS, projeto da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) que conta com o apoio da Bayer e a curadoria de conteúdos da MPrado Consultoria.
Márcio Camargo, consultor sênior da MPrado, chama a atenção à premissa de que o setor de Recursos Humanos deve ser encarado como guardião da cultura organizacional, da missão, visão e valores da organização (“e que não são meros quadros emoldurados numa parede”). Assim, a atuação da área, de forma estratégica, contribui para a seleção, retenção e desenvolvimento de pessoas e, de forma sistêmica, para o sucesso e perenidade dos negócios.
O especialista observa que a produtividade e o engajamento são quem sustentam a estratégia de RH orientada para resultados. O engajamento passa pela ligação afetiva do colaborador com a empresa, pela liderança e, também, pela coerência de todos os envolvidos (donos/sócios, gestores, funcionários) com os valores da organização, traduzida nas atitudes individuais, interpessoais e na relação com os públicos de interesse (stakeholders).
“É fundamental que haja alinhamento e conexão com a liderança e com a empresa. Trabalhar com paixão, gostando do que se faz. Isso é entrega de resultado do RH verdadeiramente estratégico. Estudos mostram que colaboradores engajados são cinco vezes mais inclinados a indicar a empresa, são cinco vezes mais envolvidos com entrega e três vezes mais dispostos à inovação”, assinala Camargo.
O caminho até esses resultados tão contundentes exige planejamento, investimento e a adoção de técnicas e ferramentas modernas de gestão de pessoas, adverte o especialista. Na era da ciência de dados, cabe também ao RH investir em big data e people analytics: instrumentos aos processos e indicadores que vão da seleção à retenção de talentos, úteis ao desenvolvimento de embaixadores da marca e novas lideranças internas, mapeando habilidades, competências e o que é necessário ser aprimorado, individualmente.
“RH não é um centro de custo, não é um centro de apoio, não é uma área secundária. É uma área vital”.
Desafios – Pesquisas revelam que mais de 80% das pessoas não estão engajadas dentro das empresas na atualidade. “É um Pareto invertido”. Os desafios, portanto, começam na habilidade da liderança em atrair e formar pessoas comprometidas com a organização. “Gestor não pode nem ser pai bravo nem mãe bondosa de colaborador, sob pena de não contribuir para o desenvolvimento do profissional. E muito menos da empresa”, alerta Marcio Camargo, facilitador do módulo da Academia ABRASS aplicado nesta quarta-feira (24).
Em meio às exposições, testemunhos de empresas que trilham passos de despertar e amadurecimento da entrega de valor do RH estratégico às indústrias do setor de sementes. Thais Kitaiski compartilhou um episódio dentro da empresa da qual faz parte há 19 anos. Um profissional tido como excelente motorista foi promovido a líder do setor. Tempos depois, entre resistências da equipe e frustrações, o novo gestor pediu demissão. “Nós aprendemos que não demos a ele o desenvolvimento que ele precisava para o novo cargo. Não tratamos isso a tempo e perdemos um bom profissional”.
Integrante de outra indústria associada ABRASS, Andressa Soares Balsani ressalta a importância de proporcionar aos colaboradores o mais amplo conhecimento possível do negócio, independentemente do setor em que esteja lotado. “Aqui na atividade do módulo chegamos ao seguinte: como gerir o RH de uma forma sustentável tanto para a empresa quanto para o colaborador? O conhecimento do negócio, do que a empresa faz, é muito importante. O RH e as subáreas de RH precisam ter essa visão para contribuir”.
Sobre a Academia ABRASS – O programa de capacitação está em sua terceira edição, com encontros online de abril a setembro. A Academia ABRASS proporciona conhecimento nas áreas comercial, humanas, finanças e gestão e evidencia insight, trocas e modernas ferramentas ao longo dos módulos, que contam com a presença de dirigentes e gestores das empresas sementeiras associadas.