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publicado em 27 de setembro de 2022

Mulheres em tratamento de câncer devem se vacinar contra o HPV

Médica aponta ampliação da faixa etária de imunização como grande avanço no combate às doenças decorrentes do vírus

Fator de risco do câncer de colo de útero, estudos recentes demonstraram que o Papilomavírus Humano, o HPV, é mais recorrente em mulheres que convivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), pacientes transplantadas e em tratamento de câncer. O resultado levou o Ministério da Saúde (MS) a ampliar a faixa etária de vacinação para até 45 anos, uma medida importante de prevenção e cuidado às mulheres com o sistema imunológico comprometido.

“Um dos grandes pilares do desenvolvimento do HPV é quando os mecanismos de defesa estão fragilizados, o organismo não consegue se proteger e o vírus permanece atuando por um longo período no corpo. Este contexto pode levar a uma lesão de alto grau, como o câncer. Nas mulheres imunossuprimidas o sistema imunológico já está fragilizado e a vacinação é uma forma a mais de protegê-las”, explica Danielly Gobbi, cirurgiã oncológica da Oncomed.  “Com a ampliação da faixa etária, agora é possível imunizar quem não entrava nesse grupo e que, geralmente, está mais exposta às complicações decorrentes da infecção pelo HPV.”

Nas pacientes com câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem fragilizar a imunidade por um tempo. Neste sentido, a médica ressalta a importância de manter o calendário vacinal completo. “Quando se enfrenta um câncer, o corpo apresenta inúmeras reações que acontecem em função do próprio tratamento. Em um primeiro momento, a paciente vai lidar com alguns sintomas que ela não lidava antes, como náuseas, perda de peso, perda de cabelo e variações hormonais. Quando a paciente é vacinada, conseguimos evitar que outras intercorrências, como a gripe, a Covid-19 e até mesmo o HPV possam acontecer ao longo do tratamento.”

Vacinação – Com a ampliação da faixa etária, mulheres com imunossupressão até 45 anos passam a receber três doses da vacina com intervalo de dois meses entre a primeira e a segunda, e a terceira seis meses após a primeira aplicação. “A vacina é produzida a partir de um vírus inativado, ou seja, não há risco de causar a doença. Mas é importante o médico indicar qual melhor momento para tomar uma vacina.”

Sobre o HPV – O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo Papilomavírus Humano. Existem mais de 100 tipos, cerca de 40 afetam a região genital e alguns podem desencadear o câncer de colo do útero, vagina, ânus, vulva e pênis. A transmissão ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosa infectadas, tendo a relação sexual sem proteção como a principal forma de transmissão.