Conteúdos

publicado em 26 de abril de 2023

CÂNCER DE TESTÍCULO: Autoexame também é coisa de homem

Diferentemente do universo feminino, pouco se fala sobre a importância do autocuidado para a saúde do homem. Deixada de lado com a desculpa da vida agitada do trabalho, a saúde deve receber a atenção devida e fazer parte da rotina masculina. Com alta incidência em jovens de 15 a 40 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de testículo pode ser notado pelo paciente, com um simples toque na região da bolsa testicular. O autoexame pode ser ensinado ainda na infância e deve fazer parte da rotina dos adolescentes e adultos jovens.

O câncer de testículo representa 5% dos tumores que afetam o sexo masculino e, por incidir nos homens em auge de idade produtiva (ou de força de trabalho) e reprodutiva, é um tumor que, apesar da baixa incidência, tem grandes repercussões socioeconômicas. Sua suspeita se faz devido a um crescimento rápido e geralmente indolor de um dos testículos, bem como aparecimento de áreas endurecidas e nodulares. Diante da suspeita de alterações, um médico deve ser rapidamente consultado.

Consultas regulares visam a detecção precoce de várias doenças, dentre elas o câncer de testículo e quando se diz a respeito deste câncer por si, o autoexame é um grande aliado na deteção em estágios iniciais da doença. “O autoexame pode e deve ser orientado pelo médico durante as consultas de rotina, mas basicamente consiste na palpação com as duas mãos da bolsa testicular e dos testículos de forma individual a procura de nódulos, regiões endurecidas ou dolorosas, geralmente após o banho quente e em frente ao espelho – devido ao relaxamento da região – ou ao deitar-se para dormir”, explica o urologista Fernando Leão, da Oncomed-MT.

Em casos iniciais, o tratamentos restringe-se à orquiectomia radical, cirurgia que consiste na retirada do testículo acometido e que geralmente não impacta nem na fertilidade nem na produção hormonal do paciente. Em casos mais avançados, pode ser necessária a realização de quimioterapia ou radioterapia, bem como outras cirurgias. Em todos eles, os riscos de infertilidade são avaliados individualmente e discutidos entre médico e paciente.

Causas e riscos – A criptorquidia, alteração genital mais comum da infância, na qual o testículo encontra-se posicionado fora da bolsa testicular, é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de testículo. Esta condição deve ser corrigida ainda na infância, reduzindo as chances do desenvolvimento da doença. A azoospermia, ausência de espermatozoides no líquido seminal, é outro fator de risco, possivelmente ligado à má formação e funcionamento testicular.

O tabagismo, uso de entorpecentes e, dentre estes principalmente da maconha, também são fatores de risco importantes. “É necessário reforçar que não existem medidas que evitarão, com certeza absoluta, o desenvolvimento desse ou outros cânceres, porém a adoção de hábitos saudáveis de vida, o controle adequado do peso, a prática de atividades esportivas regulares, alimentação equilibrada e sem excessos de embutidos e industrializados, bem como evitar o consumo de álcool, do tabaco e de outras drogas, já são medidas muito bem estabelecidas como maneiras eficazes para se diminuírem as chances de desenvolvimento não só do câncer, mas também de diversas outras doenças”, finaliza.