Estruturas em condomínios residenciais se somam a esforços de recuperação de área de preservação de nascentes em Cuiabá
À primeira vista, há quem pense na instalação de uma piscina. Mas sem azulejos e sim com camadas de brita e plantas nativas, áreas úmidas artificiais são protetoras do meio ambiente em meio ao concreto dos grandes centros urbanos. Em construções modernas, esses espaços, que podem se assemelhar uma pequena baía, têm a importante função de drenar a água das chuvas para fortalecer os reservatórios naturais abaixo do solo, nascentes e lençóis freáticos. Equilíbrio a todo o ecossistema, que atribui ao homem um novo papel de transformação.
“Essas áreas úmidas construídas promovem naturalmente a filtragem das águas pluviais e fornecem locais de refúgio, alimentação e reprodução da vida silvestre, principalmente em ambientes urbanos. Vários são os exemplos de áreas úmidas construídas com a mesma finalidade em todo o mundo, onde são chamados de wetlands parks”, explica o biólogo André Pansonato.
Em Cuiabá, novos condomínios residenciais de grandes dimensões incorporam a técnica já consagrada mundialmente. Entre eles, Chapada das Rosas e Chapadas dos Lírios, lançados pela MRV na região do Bela Vista. Muito antes da chegada de torres altas de apartamentos, a área, próxima ao Pantanal Shopping, IFMT e Parque Massairo Okamura, passou por grandes transformações nas décadas de 80 e 90, incluindo a retirada de boa parcela de árvores nativas do Cerrado, queimadas e terraplanagens.
Série histórica de imagens aéreas da região do Bela Vista/Morada do Ouro revela transformações da paisagem natural e urbana
Preservação da natureza – O cuidado com o recurso hídrico se soma a esforços de proteção à flora e fauna, com o plantio de mudas de árvores nativas e frutíferas do Cerrado, adubação dos solos e o monitoramento de animais silvestres. O Projeto Água para o Futuro, do Ministério Público de Mato Grosso, já mapeou a existência de 150 espécies de animais na região da Morada do Ouro, que tem como principal curso hídrico o Córrego do Gumitá.
São 80 espécies de aves, 30 de anfíbios, 22 de répteis e outras 15 de mamíferos, incluindo o sagui, pequeno macaco que pode ser avistado facilmente nos parques verdes urbanos de Cuiabá, encantando visitantes. Quando uma área de nascente é mapeada e preservada, toda essa riqueza animal ganha um novo fôlego de vida, junto com o ressurgimento ou fortalecimento de árvores e plantas de maior porte.
“A MRV está dando uma contribuição efetiva à proteção da natureza nessa área importante da Capital de Mato Grosso. Selamos esse compromisso com autoridades públicas e com a comunidade de uma forma geral. Isso reafirma os valores e o comprometimento do grupo MRV & CO com a sustentabilidade”, destaca Márcio Galvão, diretor regional da MRV.
Ele explica que o próprio projeto arquitetônico dos condomínios Chapada das Rosas e Chapada dos Lírios teve como premissa a integração entre área de preservação e área verde. O design mais orgânico, diferente de tradicionais linhas retas de concreto e asfalto, permite que moradores tenham uma experiência mais próxima à natureza, com mais qualidade de vida. Vetor também de mais conscientização ambiental, ressalta. Somadas, a área preservada e as bacias artificiais (áreas úmidas construídas) correspondem a mais de 5 mil metros quadrados.